E não havia mais nada a fazer. Os dois se olharam, um com um sorriso tristonho e ela com a expressão enigmática, os olhos focados em algum ponto acima dele, evitando seu olhar.
- Em que pensas? - Ele pergunta após um tempo, cautelosamente, com medo da resposta ou talvez de quebrar o momento. Ela não respondeu por alguns minutos, o olhar ainda perdido no espaço, a mente talvez a milhões de quilômetros dali.
- Em você. - Respondeu por fim, fixando os olhos amendoados nos verdes dele. - Em que mais poderia pensar?
Aquilo trouxe um sorriso bobo no rosto dele, que estendeu a mão para ela. Instintivamente, ela deu dois passos pra trás. O sorriso no rosto dele desvaneceu. Ela suspirou. Aproximou-se dele, pegando a mão que ele deixara cair.
- Perdoe-me. - Sorriu fraco e abraçou-o, seus braços ao redor do pescoço dele, acariciando seus cabelos, sentindo seu cheiro enquanto ainda podia. - Você tem que entender o quanto isso é difícil para mim.
Ele retribuiu o abraço, acariciando suas costas carinhosamente.
- Acredite. Eu entendo.
Na mesa, o café esfriava, sua fumaça se dissipando no ar de fim de tarde de Paris.
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