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quinta-feira, 10 de março de 2011

Ainda não havia para mim Rita Lee

Não me venha com papo furado hoje. Sim, estou chata, acordei virada, com o pé esquerdo, com a macaca. Quando uma pessoa se acha no direito de julgar a outra não há quem a faça mudar de idéia. Mas o meu único problema é que cansei. Cansei de tudo. Cansei de mim, de você. Cansei de nós. Cansei de pensar o que o "nós" deveria ser e que coincidentemente é o que nunca foi nem nunca será, que sempre, sempre, sempre me faz chorar. Apenas hoje acordei sem saco para com o mundo. Em geral. Que foi? Tenho que estampar um sorriso na cara 95 horas por dia é? A verdade é que eu cansei de fingir. Cansei de ser sempre a mais forte, a mais calma, a que ajuda todo mundo, e que em troca não recebe nada. Eu sou forte, sim, por dentro E POR FORA, mesmo quando não aparento ser. Quem é que ajuda todo mundo? Quem é que sempre vai limpar a bagunça que os outros deixam? Isso mesmo, sou eu. Agora saia daqui, não quero mais saber de ti

Você sabe que amanhã tudo vai mudar. Vou acordar com o sorriso no rosto. A alegria do povo, o raio que ilumina o amanhecer, a pérola do pote. Mas foi bom extravasar por um dia, fingir que eu posso ser quem eu quiser. A verdade é que eu não posso. Num mundo onde todos lutam para ser únicos, todos são a cópia de alguém. Eu uso, eu sou, uma máscara, e, para o meu bem, precisei arrancá-la do meu rosto por um dia. A máscara estava deixando cicatrizes no meu rosto que eu sabia que iriam me marcar para sempre se eu não desse uma folga por um dia. O problema é que eu penso mais nos outros do que em mim. E eu não posso ser eu mesma. Mesmo que isso fosse me fazer feliz. Porquê traria tristeza á todos ao meu redor, e eu não consigo viver com tristeza. Por isso, depois de tê-la arrancado do meu rosto e jogado-a no chão, eu estou pegando a minha velha máscara de volta. Voltando a ser calorosa, amigável, um porto seguro 100% do meu tempo. Só assim que eu sobrevivo nesse mundo.

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