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domingo, 6 de janeiro de 2013

A Volta dos que não Foram

     
       E há o sentimento de prisão. De querer fugir. Sair daqui, dessa pequena redoma, deste pequeno espaço no qual fomos criados. O conhecimento aprisiona, e podemos concordar que conhecemos este lugar como a palma da nossa mão.
       É pequeno demais, abafado demais. Todos se conhecem. Por uma vez, queremos algo novo. Queremos ir.
       Eventualmente, vamos. Não em fuga (pelo menos não a maioria), mas em busca do algo que faltava dentro de nós. Procuramos em cada esquina, cada rua. Procuramos no céu e na terra. Mas não há jeito, o maldito pedaço não quer aparecer. Na verdade, é como se ele tivesse se expandido, e agora não é um quarto do seu coração, é a construção inteira que falta.
       Eventualmente também, voltamos. Voltamos à Pátria Amada, ao lar. A todos aqueles clichês que antes eram sem sentido, mas que agora fazem todo o sentido do mundo. E pouco a pouco, as paredes e janelas e portas e o teto que haviam sido destruídos foram voltando aos seus lugares. Mas desta vez, com o quarto que eu não sabia que na verdade, sempre estivera lá.
       Só que eu era muito "ainda-não-eu" pra perceber.

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